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Os líderes mais éticos de 2008


Num ano pautado por catástrofes ambientais, financeiras e humanitárias, houve quem se tenha distinguido por remar contra a (má) maré. Segue-se o ranking das personalidades que mereceram este estatuto

Como habitualmente, a revista inglesa Ethical Corp nomeou, este ano, as personalidades que mais contribuíram para a causa da ética e da responsabilidade nas organizações. Composto por um extenso e variado conselho editorial da revista, que é uma das mais prestigiadas na área, o júri elege 10 líderes que realmente imprimiram a diferença no mundo. Por personificar o melhor dos inícios para abordar os mais problemáticos desafios da humanidade em 2009, o recém-eleito presidente dos Estados Unidos foi o vencedor do ranking de 2008. A confiança que Obama inspirou ao longo da sua campanha e que tocou líderes dos mais diversos quadrantes sociais – gestores incluindo – a par da sua promessa de tornar a nação que irá liderar receptiva e activa em novas políticas ambientais foram os aspectos que mais contribuíram para mais uma grande vitória do futuro presidente.

Segue-se o multi-milionário Bill Gates por ter dado a conhecer, em Davos, a sua versão do novo “capitalismo criativo”, algo já há algum tempo praticado, mas nunca tão bem expresso num discurso que acabaria por correr mundo e inspirar muitas empresas a utilizar as suas forças de mercado para ajudar os mais pobres.

O ano de 2008 ficará igualmente ficar marcado como aquele em que os investimentos responsáveis finalmente se afirmaram como instrumentos financeiros “credíveis”. Donald MacDonald, presidente dos Princípios das Nações Unidas para o Investimento Responsável (UNPRI), foi distinguido por ter angariado mais de 400 signatários deste programa, com activos no valor de 15 triliões de dólares, para actuarem como grupos de pressão junto das empresas para que estas cumpram os seus compromissos de sustentabilidade (nove mil assinaram o Global Compact das Nações Unidas).

Sustentável e muito bem conseguido foi o objectivo de Jessica Sanson, gestora da innocent drink, que conseguiu colocar em prática uma das estraté ias ambientais mais complexas do sector da alimentação e bebidas: a venda de produtos alimentares em boiões 100% recicláveis, reduzindo para metade a pegada de carbono da empresa, graças ao seu incrível trabalho de persuasão junto dos fornecedores de que realmente valia a pena fazê-lo.

Howard Peasse, responsável pela gestão do fundo de pensões e finanças ambientais da Environment Agency, do Reino Unido e James Hansen, climatologista e director do Institute for Space Studies da NASA venceram na defesa do ambiente: o primeiro por ter tido a coragem de destituir dois gigantescos gestores de fundos que falharam na missão de levar em conta as questões ambientais nos investimentos que faziam em nome dos seus clientes e o segundo por ter tido a ousadia de acusar, por diversas ocasiões os executivos das empresas de combustíveis fósseis de “crimes contra a humanidade e a natureza”.

Chris Wille, da Rainforest Alliance, foi também um dos eleitos por ter conseguido introduzir com mestria no mercado o conceito de alimentos e bebidas éticos. Sob a liderança de Wille, a agriculturasustentável tem vindo a expandir-se globalmente, tendo certificado até agora 33 mil quintas em 20 países, nas quais os agricultores utilizam práticas que protegem o ambiente e o bemestar dos trabalhadores.

Na área dos direitos humanos, o galardão ético foi para o director da Global Witness, Patrick Alley e para as campanhas de sensibilização que deram a conhecer a cumplicidade empresarial nos abusos perpetrados na República Democrática do Congo e que obrigaram o governo britânico a emitir um mea culpa em nome de várias empresas.

Por último, o representante especial das Nações Unidas para a área de negócios e direitos humanos, John Ruggie, foi reconhecido por ter conseguido realizar a hercúlea tarefa de definir o caminho que as empresas devem tomar relativamente a esta questão. O trabalho que apresentou em Junho deste ano – “Proteja, Respeite e Remedeie” – granjeou-lhe a confiança necessária para se manter mais três anos no cargo que ocupa, podendo colocar em prática as “normas” que definiu neste relatório no que respeita aos deveres das nações e empresas para com os direitos humanos.

No Jornal Hoje

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